Alexandre Serpa Pinto era um espírito indomável. Em criança, brincava com as espadas que ajudava o pai a forjar. Mais tarde, foi expulso da Universidade de Coimbra por desacatos com um professor. Nem a tropa o acalmou. O seu desejo de aventura só ficaria saciado quando participou em várias expedições a África, que para ele era uma terra de mistério e sonho.
Tal era o seu fascínio pelo continente africano - cujas riquezas eram então exploradas e repartidas pelas potências europeias – que o explorador haveria de protagonizar um feito inédito: a travessia do continente a pé com um papagaio ao ombro e uma cabra ao lado, num tempo de colonialismo, mapas cor-de-rosa e ultimatos.
Serpa Pinto não era uma pessoa comum, pois as pessoas comuns não costumam atravessar a pé África (ou qualquer outro continente) acompanhados de uma cabra e de um papagaio. Mas também não era nenhum tonto. Quando muito, era um grande maluco, e isto é um elogio.
Alexandre Serpa Pinto. O Sonhador da África Perdida reúne textos de Luís Almeida Martins e ilustrações de Filipe Abranches. O livro integra a colecção Grandes Vidas Portuguesas que destaca biografias de personalidades de vários domínios da nossa História. É uma publicação realizada em parceria entre o Pato Lógico e a Imprensa Nacional.